sexta-feira, 9 de setembro de 2016

[Resenha] Os Condenados

Título: Os Condenados

Título original: The Damned

Autor: Andrew Pyper

Editora: Darkside Books 

Número de páginas: 320


Sinopse: "Danny Orchard conseguiu enganar a morte e ganhou uma segunda chance para viver. Só que ele não voltou do inferno sozinho. Em Os Condenados, Andrew Pyper, autor do fenômeno O Demonologista, explora as conexões de amor e ódio entre irmãos gêmeos, numa história sobrenatural digna de pesadelos. Danny passou por uma experiência de quase-morte em um incêndio há mais de vinte anos. Sua irmã gêmea, Ashleigh, não teve a mesma sorte. Danny conseguiu transformar sua tragédia pessoal em um livro que se tornaria um grande best- seller. Ainda que isso não signifique que ele tenha conseguido superar a morte da irmã. Claro, ela nunca mais o deixaria em paz. Mesmo depois de morta, Ash continua sendo uma garota vingativa e egoísta, como sempre. Mas agora que seu irmão finalmente tenta levar uma vida normal, ela se torna cada vez mais possessiva. Danny parece condenado à solidão. Qualquer chance de felicidade é destruída pelo fantasma de seu passado, e se aproximar de outras pessoas significa colocá-las em risco."

Defina o livro com uma frase: "Na casa do senhor não existe satanás, xô satanás, xô satanás!"


Este livro irá te fisgar logo na primeira página. Daniel Orchard é um autor renomado de um livro que conta sua experiência de quase-morte. Ele e sua irmã gêmea, Ashleigh, morreram em um incêndio no dia do seu aniversário de 16 anos, porém Danny voltou do mundo dos mortos (o que tende a se repetir ao decorrer do livro) enquanto Ash, vulgo capeta, se foi para sempre, ou pelo menos era isso que todos acreditavam e esperavam. 


“Tenho talento para morrer. Acho que é a única coisa que sei fazer. Morri não apenas uma vez como todo mundo, mas várias e várias vezes.” (Página 53)



A família de Danny aparenta ser a definição de uma família feliz (tipo família de comercial de margarina), porém não é bem assim que as coisas são: seu pai, cada vez mais ausente, prefere passar o seu tempo enfiado no trabalho do que ter que se relacionar com a família (Ash). Sua mãe, é uma dona de casa que usa o álcool como válvula de escape e que carrega um fardo e um segredo terrível sobre o nascimento dos filhos gêmeos: Danny (vulgo vítima preferida da Ash), viveu a vida inteira à sombra de sua irmã gêmea perfeita, que ainda por cima o ridicularizava e o diminuía em todas as ocasiões possíveis. E Ashleigh, um anjo em forma de garota: é bonita, loira de olhos azuis, inteligente, atlética, excepcional em tudo que fazia e que aparentava não ter nenhum defeito, com exceção: ser uma verdadeira psicopata (fora, claro, ser possessiva, egoísta, vingativa e outros diversos adjetivos podres). 


“Porque a sua irmã está morta. Um pé do outro lado do rio, e outro na sua garganta. Você não pode empurrá-la de volta para onde ela deveria estar, não de onde você está. Ela só pode ser puxada.” (Página 147)

Com o incêndio que mata o capiroto, quer dizer, Ash, Danny acredita que sua vida será diferente, porém, como vaso ruim não quebra, mesmo na morte Ash continua atormentando o irmão. A narrativa acompanha a vida de Danny, aproximadamente 20 anos depois do acidente que levou sua irmã deste mundo, onde o protagonista, agora "sozinho", tenta levar uma vida "normal" indo ao encontros de pessoas que passaram por experiências semelhantes a dele (EQM - Experiências de Quase Morte), dando palestras sobre seu livro e convivendo com o sentimento de não estar sozinho, já que a conexão que ele tinha com Ash não foi rompida com a morte dela.


“A escuridão é um peso. É como cair na água usando um casaco acolchoado, jeans e botas. A luta para chegar à superfície é um movimento desesperado que só leva você mais para o fundo.” (Página 319)


Meu primeiro contato com o autor foi em "O Demonologista" e, apesar de muitas pessoas não terem gostado devido ao final aberto e blábláblá, amei a história e, principalmente, a forma que o autor cria o clima de suspense sobrenatural que paira em cada página de cada capítulo. Já em "Os Condenados" o que era bom ficou ainda melhor, e esse livro me surpreendeu muito. O sentimento que eu tenho é que a escrita dele amadureceu, os personagens são mais desenvolvidos, tanto os principais quanto os secundários. O mistério do por que Ash não seguiu seu caminho e o que a motiva a ser tão terrível te prende até o último momento. Apesar do livro ser um Thriller psicológico há sim momentos de terror, que inclusive me deram aquele calafrio básico que foi subindo pela espinha acompanhado de um maravilhoso nó no estômago (que cá entre nós, nós amamos).

“A boa notícia é que isso não aconteceu, porque consegui voltar da morte. A má notícia é que eu a trouxera comigo.” (Página 124)

Todo o universo e a concepção de vida após a morte criados pelo Pyper são muito convincentes e intrigantes, e diversos elementos que foram apresentados em "O Demonologista" retornam neste livro, criando até algumas hipóteses para o que aconteceu com David e sua filha Tess (que por sinal, putaquepariu!).


“Você pode ter medo no Depois. Pode sentir o pavor da morte mesmo na morte.” (Página 238)


Como eu já disse, os personagens criados são fenomenais e despertam todos os tipos de sentimentos. Como por exemplo, el diablo a Ash, que eu tenho uma relação de amor e ódio, pois em alguns momentos ela é só uma garotinha vítima do seu "destino" (ou seja lá qual for a uruca maldita) e em outros ela é o capeta reencarnado, já que sua maldade não tem limites e me deixou de queixo caído (não posso dizer exatamente o que, pois seria spoiler mas segurem suas perucas porque tem uma penca de "desgraçamento" vindo no próximo trem *choo choo*). 


“[...] ela havia cometido um erro, um erro do qual ainda não conseguia medir as consequências, e nada poderia reverter esse erro, nem mesmo sua própria morte.” (Página 54)

“-Vá se foder, Ashleigh Orchard! – Passou pela minha mente que eu deveria lhe dizer que aquele não era um termo adequado para um garoto de dez anos. Mas eu concordava com ele. Era exatamente isso que, muitas vezes, eu mesmo queria gritar na escuridão.” (Página 137)

No geral eu recomendo esse livro para quem nunca leu nada do Andrew Pyper, quem já leu e gostou, e quem já leu e não gostou (simplesmente: leiam logo). Pois apesar de apresentar pontos muito semelhantes com "O Demonologista", o suspense é mais intenso, os capítulos são mais recheados de tensão e como está na capa, o rei do terror, nosso idolatrado Stephen King disse: "O terror clássico tem um novo nome" e se o homem gostou, como não amar


“São as pessoas que prendem você ao Paraíso ou ao Inferno, ou sejá lá qual for o seu destino. Ela são as âncoras.” (Página 101)


A mensagem que eu deixo é: que bom que eu nasci filha única! (valeu mãe! <3).



2 comentários:

  1. Ahahahaha.....Resenha maravilhosa. Esse livro é muito bom. Também vi esse crescimento do Pyper em relação ao O Demonologista. Ahahahhah....Adorei o agradecimento a sua mãe..ahahahha...Ahh..Eu tbm vivo essa relação de pena e ódio pela Ash.

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    1. Agora que eu fui ver que meu comentário não tinha ido D:
      Obrigada!! Sim! Estou esperando para os próximos lançamentos do Pyper, que se foram no mesmo nível de "Os Condenados" vão destruir corações! Hahahahahah
      Beijos!

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