sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

[Resenha] Caixa de Pássaros

Título: Caixa de Pássaros – Não Abra os Olhos

Título original: Bird Box

Autor: Josh Malerman

Editora: Intrínseca

Número de páginas: 272

Skoob: Adicione a sua estante

Sinopse: Romance de estreia de Josh Malerman, Caixa de Pássaros é um thriller psicológico tenso e aterrorizante, que explora a essência do medo. Uma história que vai deixar o leitor completamente sem fôlego mesmo depois de terminar de ler.Basta uma olhadela para desencadear um impulso violento e incontrolável que acabará em suicídio. Ninguém é imune e ninguém sabe o que provoca essa reação nas pessoas. Cinco anos depois do surto ter começado, restaram poucos sobreviventes, entre eles Malorie e dois filhos pequenos. Ela sonha em fugir para um local onde a família possa ficar em segurança, mas a viagem que tem pela frente é assustadora: uma decisão errada e eles morrerão.

Defina o livro com uma frase: Nadar no mar abissal sem uma lanterna e ainda acabar o oxigênio no meio do caminho.

“Caixa de Pássaros” é um livro complicado de explicar... Um mundo onde existe uma coisa, criatura, fenômeno, capeta de bambolê, zebra de bolinhas roxas, que tem a capacidade de transformar a pessoa mais pé no chão em um lunático suicida com apenas um olhar. O grande “x” da questão é que ninguém sabe o que é essa “coisa”, e todos que se atreveram a descobrir morreram...

“Assim como imaginou anos atrás, antes de as crianças terem nascido, quando a inércia da porta da frente a lembrou de que a insanidade estava à espreita, independentemente do fato de que alguém que você gostava estava do lado de fora com ela.” (Página 105)


O que será que aconteceu com o mundo? Se você pensou em caos total e uma onda de suicídios mundial, você acertou! O pouco que restou da humanidade passa os seus dias trancado, com medo, em casas com as janelas e portas cobertas, se obrigando a sair o mínimo possível e, quando isso é inevitável, sair apenas vendado...

Nesse mundo maldito, conhecemos Malorie, uma jovem adulta que está fodida em todos os aspectos possíveis, afinal de contas ela está trancada em uma casa, completamente sozinha e com dois filhos pequenos para cuidar. Como se isso não fosse o suficiente, ela tem a brilhante ideia de descer um rio de 32 km, vendada, sabe-se lá por qual merda de motivo...

Os capítulos se alternam em presente e passado e sim, eles deixam aquele maldito cliffhanger. Afinal de contas o que aconteceu ao grupo que Malorie pertencia? Porque no presente ela está sozinha com os filhos de quatro anos, em uma viagem praticamente suicida? 

“Ela imagina a casa como se fosse uma grande caixa. [...] O mundo está confinado à mesma caixa de papelão que abriga os pássaros do lado de fora. Malorie entende que Tom está procurando uma maneira de abrir a tampa Busca uma saída. Mas ela se pergunta se não há outra tampa acima daquela, e depois mais uma.” (Página 193)

“Caixa de Pássaros” é um livro que pode ser definido por: sufocante e viciante. Durante diversos momentos da leitura fiquei me sentindo angustiada e desesperada, assim como os personagens, por não saber o que me aguardava por detrás da venda. Apesar do desespero, eu não conseguia parar de ler. A escrita de Malerman é diferente do que estamos acostumados, afinal como descrever o cenário “visto” por alguém que não sabe o que tem do lado de fora? E ainda em diversos momentos, a própria sanidade de Malorie é colocada à prova. Será que ela vai conseguir chegar em seu misterioso destino sem perder a cabeça?

“O HOMEM É A CRIATURA QUE ELE TEME.” (Página 210)

Alguém consegue imaginar o quão desesperador deve ser andar por aí vendada, e pior ainda, andar vendada com algo terrível à espreita, mas tão terrível que basta uma mísera olhadinha para te levar a loucura total? Não vamos nem comentar dos animais selvagens, não é mesmo?


“Mesmo assim, ela consegue ver que algo poderoso queima dentro da mulher no reflexo. Um fogo que a moveu durante quatro anos e meio, que exigiu que ela sobrevivesse, que a ordenou a arranjar uma vida melhor para as crianças.” (Página 262)

Não entendo porque tantas pessoas dizem não gostar desse livro... O final talvez tenha acontecido de uma maneira que não respondias as expectativas dos leitores - afinal de contas vocês amam uma desgraça - porém essa abertura, que possibilita aquela pergunta de “tá, mas e agora?” torna tudo mais sufocante ainda. Essa incerteza do futuro, ao meu ver, só pode ser angustiante e magnífica, afinal a nossa única certeza é a morte.

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