segunda-feira, 25 de julho de 2022

[Resenha] The Dark Man

 O que podemos abstrair de The Dark Man? Boa pergunta...


Acho que eu não sou o público indicado para ler essa obra, justamente por eu nunca ter lido a série A Torre Negra. Meu único contato foi com o filme tenebroso de 2017. Que aliás, eu só assisti porque li algumas críticas que diziam que não tinha NADA A VER com os livros e que era horrendo - não posso ver um filme ruim que eu já corro para assistir - oi Cats, estou guardando você para um momento especial.

Dito isso, acrescento que eu não sou uma leitora assídua de poemas - me atendo apenas as minhas aulas de literatura do ensino médio, que convenhamos, não era um momento que eu prestava muita atenção ao mundo ao meu redor.

Aliás, acho que o maior dilema a escrever essa resenha foi: como eu vou avaliar se eu gostei ou não de uma obra que eu não sei bem avaliar?

Vamos entrar novamente no tabu do: “você deve ler apenas obras clássicas, o restante mal pode ser considerado literatura!” *vomita



Escrever essa resenha foi em parte uma jornada de autoconhecimento - me inspirei hoje né? E de certa forma, se você tem vontade de ler, escrever ou fazer o diabo que seja, a única pessoa impedindo que você realize esse desejo é o seu próprio medo da reação dos outros.

Então essa talvez não seja a minha melhor resenha, mas é a primeira vez que eu resenho um poema no blog, então vamos lá:

Conhecendo as obras do King, desde seu primeiro livro publicado “Carrie”, e o primeiro livro escrito quando ele tinha apenas 18 anos, “Fúria”, posso dizer que “The Dark Man” é diferente de tudo o que eu havia lido. Não consegui enxergar o King que estou acostumada a ler, apesar de estar acostumada a ler sua narrativa poética e muitas vezes considerada entediante e prolixa. Porém, ainda existem elementos recorrentes do Kingverso, como: abandono, desilusão, descrença e o apocalipse - de uma certa forma.



Este poema mistura realidade, fantasia e delírio, tudo isso em imerso a um mundo apocalíptico e uma narrativa que quase não existe, deixando apenas nossa imaginação e as maravilhosas e devastadoras ilustrações de Glenn Chadbourne nos guiarem por essa jornada poço abaixo, representando perfeitamente um pesadelo, escondendo nas sombras o desespero, solidão e os horrores do mundo.

Caminhando um pouco mais pela estrada do pesadelo, como não falar do Homem de Preto apresentado no poema, uma vez que ele é a abstenção total de esperança? Ele não possui rosto, pois está imerso em sua própria escuridão, sugado e vazio. Desprovido de qualquer motivação, apenas vagar no que restou desse mundo amaldiçoado. Um homem que mais parece um espectro da parte podre da humanidade, do que um humano - se é que podemos chamá-lo de tal.



Pensando na experiência de ler esse livro como um todo, eu realmente não sei se eu dei 3 estrelas por causa das ilustrações ou do poema. Se fosse pelo poema, acho que a nota seria mais baixa, e pelas ilustrações, mais alta.

Ok, King o escreveu na faculdade, aquele momento em que tentamos nos reinventar, ele estava se descobrindo como escritor e blábláblá... Eu entendo, mas mesmo assim não achei um poema bom. A narrativa acaba deixando transparecer a imaturidade como autor do jovem King. Ele enrola demais para não transparecer nada e acredito que atrelar o locutor do poema a Randall Flagg pode ter sido uma jogadinha básica de marketing, já que os livros da Torre Negra são um sucesso, e esse poema estava “perdido” entre inúmeras páginas. Não sei, podem me chamar de implicante.


O mais engraçado é que eu gostei mais do comentário do tradutor César Bravo (um tal autor de terror nacional foda pra caralho, já ouviu falar?), do que do poema em si, talvez por estar mais próximo da minha zona de conforto ou simplesmente por ser melhor escrito. Opinião é que nem cu, não é mesmo?

Autor: Stephen King e Glenn Chadbourne
Editora: Darkside Books
Número de páginas: 160
Classificação: ★★★/✰✰✰✰✰ 

*Livro cedido gentilmente pela editora*

Nenhum comentário:

Postar um comentário