Título: Cinder
Autor: Marissa Meyer
Editora: Rocco
Número de páginas: 448
Skoob: Adicione a sua estante
Sinopse: Num mundo dividido entre humanos e ciborgues, Cinder é uma cidadã de segunda classe. Com um passado misterioso, esta princesa criada como gata borralheira vive humilhada pela sua madrasta e é considerada culpada pela doença de sua meia-irmã. Mas quando seu caminho se cruza com o do charmoso príncipe Kai, ela acaba se vendo no meio de uma batalha intergaláctica, e de um romance proibido, neste misto de conto de fadas com ficção distópica. Primeiro volume da série As Crônicas Lunares, Cinder une elementos clássicos e ação eletrizante, num universo futurístico primorosamente construído.
Defina o livro com uma frase: E se os contos de fadas fossem mais atuais e as mulheres mais fortes?
“Cinder” é
uma releitura de Cinderela, porém nada de princesas
lindas e perfeitas, aqui a protagonista é uma ciborgue. Por
mais que eu, atualmente, não seja fã
de contos de fadas foi impossível não me interessar por essa premissa.
Se você, caro leitor, não teve infância
ou vive embaixo de uma pedra e não sabe do que se trata a história da Cinderela
aqui vai um pequeno resumo para te inteirar no assunto:
Cinderela é uma garota que era feliz,
porém seu pai resolveu se casar novamente com uma mulher que tinha duas filhas.
O seu pai morre e a deixa sozinha com a sua madrasta, que se mostra ser uma
bela de uma filha da puta, fazendo com que Cinderela trabalhe que nem uma
escrava e ainda seja tratada que nem lixo. Um belo dia, o príncipe desse reino
organiza um baile para encontrar uma noiva, convidando todas as mulheres do
reino. Adivinhem quem não poderá ir? Sim, Cinderela é a única deixada para
trás, só que aparece uma fada madrinha que faz um vestido lindo, sapatos de
cristal e uma carruagem, porém ela deve voltar antes da meia noite, pois o
feitiço seria desfeito. Ela vai ao baile, dança com o príncipe, eles se
apaixonam (OII INSTALOVE) e ao soar da meia noite ela sai correndo e deixa
cair um dos sapatinhos de cristal. Blablabla, o príncipe usa esse sapato para
encontrá-lá (pé pequeno da porra), eles se casam e vivem
felizes para sempre.
Tá... Mas essa história da disney é
muito feliz... Quem realmente escreveu esse e outros contos em que a disney se
baseou, foram os irmãos Grimm, vocês estão preparados para uma dose dupla de
desgraça? Aqui vai:
Tudo é basicamente igual, porém a
madrasta e as irmãs a tratam pior ainda (inclusive achei uma das versões em que
o próprio amado pai de Cinderela não morre e a trata que nem peste) quando o
príncipe está procurando Cinderela, fazendo todas as mulheres do reino
experimentarem o sapato, as irmãs de Cinderela cortam os dedos dos pés e alguns
nacos do calcanhar para conseguir caber no sapato, porém são atacadas por
passarinhos, que por sinal eram amigos de Cinderela, que bicam seus olhos
deixando-as cegas.
Agora que vocês já conhecem essa
história, o que será que nos aguarda nesse livro? Será que ele vai ser mais
fiel ao clássico água com açúcar da disney ou vai ser mais sombrio como os
contos dos irmãos Grimm?
“Cinder” é o primeiro volume das “Crônicas Lunares”, uma série que traz, a cada volume, um livro baseado em um conto de fadas clássicos da nossa infância, porém com um toque dos irmãos Grimm, ou seja, esperem uma dose de desgraça.
Cinder é uma ciborgue que trabalha como
mecânica em uma feira da Comunidade das Nações Orientais – o mundo passou por
uma quarta guerra mundial há 126 anos e foi dividido em nações. Porém, apesar
dessa longa era de paz, há uma sombra de uma quinta guerra mundial, dessa vez
com os Lunares,
seres humanos considerados aliens, pois apresentam a capacidade de manipular a
bioeletricidade, que nada mais é do que a capacidade de manipular a mente
humana.
“Os lunares eram uma sociedade que
evoluíra de uma colônia terrestre na lua séculos atrás, mas não eram mais
humanos. Dizia-se que podiam modificar o cérebro de uma pessoa – fazer você
ver, sentir e fazer coisas que não deveria. O poder anormal deles os tornara
uma raça gananciosa e violenta, e a rainha Levana era a pior deles.” (Página
51)
No universo criado pela autora, os
ciborgues são vistos como aberrações e por isso, são tratados como a escória da
sociedade. Não seria diferente com Cinder, que tem parte do cérebro, uma mão e
uma perna mecânica. Ela não tem nenhuma memória da infância e foi adotada por
um cientista, que morreu, e vive com a madrasta e as duas filhas. Claro que
assim como “Cinderela”, a madrasta tinha
que ser uma bela de uma filha da puta, porém um ponto positivo é
que apenas uma das irmãs saiu a mãe.
Já a irmã mais nova, Peony, é
uma das únicas pessoas que conhece a natureza de Cinder e ainda assim a trata
com amor e carinho, como uma verdadeira irmã.
Sem sombra de dúvidas a minha
persongagem preferida é a Iko, uma androide que ajuda Cinder na oficina e que
tem um senso de humor sensacional,
tudo devido a uma falha na sua programação, que a fazia achar que ela na
verdade era humana.
“- Toda arrumada sem nenhum lugar para
ir – disse Iko da porta
Cinder deixou cair a lanterna com uma
risada e olhou para baixo, para sua calça cargo suja de graxa.
- Aham, certo. Tudo que preciso é de
uma tiara .
- Eu estava falando de mim.
Ela girou a cadeira. Iko colocara um
colar de pérolas em volta da cabeça bulbosa e passara batom cor de cereja
embaixo do sensor, em uma péssima imitação de lábios.” (Página 219)
Além de toda essa questão com os
ciborgues, as pessoas também tem que lidar com uma misteriosa doença que assola
todo o planeta, chamada letumose.
A letumose é fatal e incurável, apresentando uma taixa de letalidade de 100%,
ela mata em poucos dias e progride de forma assoladora. A melhor parte disso é
que essa doença serve de combustível para o ódio dos humanos pelos lunares, uma
vez que eles são, aparentemente, os responsáveis pela doença.
Nesse ínterim, também somos
apresentados a Kai, o príncipe herdeiro da Comunidade das Nações Orientais. O
Imperador, contraiu letumose e está a beira da morte e o príncipe leva um
androide para ser consertado por Cinder, já que ela é a melhor mecânica de Nova
Pequim.
Cinder é uma garota quer, acima de
tudo, sua liberdade. Porém ela legalmente pertence á sua madrasta Adri, e ainda
apresenta um chip de localização implantado no seu corpo, tornando impossível sua
fuga. Apesar de toda essa desgraça Cinder é uma garota gentil, de bom coração,
corajosa e uma talentosa mecânica que só quer ser livre para poder trilhar seu
próprio caminho e ser feliz.
Não consigo pensar em nenhum ponto
negativo desse livro, minha classificação reflete isso, apesar de ter sua dose
de clichês, eles estão tão bem embasados que não causam repulsa. Sim, talvez eu
tenha matado a grande revelação beeem antes
de ela ter sido revelada, no final do livro, mas isso não
tornou essa leitura menos proveitosa.
Esse é um livro rápido (apesar das 448 páginas), que apresenta uma escrita fluída e divertida, universo muito bem explorado (apesar de diversas coisas não terem sido explicadas ainda – alou primeiro livro de uma série), com personagens cativantes, enredo instigante e a volta de clássicos da literatura com toques atuais.
Opa pera aí... Vocês devem estar se perguntando: “Quem é essa tal de rainha Levana?” Não quero estragar o primeiro encontro de vocês com ela, mas adianto: vocês pediram um problema no livro e conseguiram ela (:
Esse é um livro rápido (apesar das 448 páginas), que apresenta uma escrita fluída e divertida, universo muito bem explorado (apesar de diversas coisas não terem sido explicadas ainda – alou primeiro livro de uma série), com personagens cativantes, enredo instigante e a volta de clássicos da literatura com toques atuais.
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