[Resenha] Onde Cantam os Pássaros

Título: Onde cantam os pássaros

Título original: All the birds singing

Autor: Evie Wyld

Editora: Darksidebooks

ISBN: 9788566636529

Número de páginas: 256

Skoob: Adicione a sua estante

Sinopse: No premiado romance de Evie Wyld, a fazendeira Jake White leva uma vida simples numa ilha inglesa. Suas únicas companhias são rochedos, a chuva incessante, suas ovelhas e um cachorro, que atende pelo nome de Cão. Tendo escolhido a solidão por vontade própria, Jake precisa lidar com acontecimentos recentes que põem em dúvida o quanto ela realmente está sozinha – e o quanto estará segura. De tempos em tempos, uma de suas ovelhas aparece morta, o que pode ser muito bem obra das raposas que habitam a floresta próxima à sua fazenda. Ou de algo pior. Um menino perdido, um homem estranho, rumores sobre uma fera e fantasmas do seu próprio passado atormentam a vida de uma mulher que sonha com a redenção.

Defina o livro com uma frase: “O olho humano sente o movimento antes de todo o resto.”

A edição pela editora Darkside, como sempre está maravilhosa e impossível de não se apaixonar. Apresenta a lombada preta, marca página e capa dura soft touch com uma ilustração muito linda, só que na minha opinião, que não condiz muito com o conteúdo do livro, uma vez que a primeira impressão que a capa passa é que o livro seja todo meigo e romântico e quem leu sabe que está bem longe disso, já que história apresenta temas bem pesados como estupro, prostituição, mortes e é recheado de palavrões. Encontrei alguns erros de digitação mas nada que incomodasse ou dificultasse a leitura.

A narrativa é feita em primeira pessoa pela protagonista que se chama Jake Whyte. Uma jovem misteriosa com um passado obscuro que possui uma pequena fazenda de ovelhas em uma ilha britânica. A história começa com Jake descobrindo que mais uma de suas ovelhas foi brutalmente morta e mutilada por alguma coisa ou alguém. 

Este é um livro que você definitivamente precisa ler mais de uma vez para conseguir entender a história de uma maneira mais clara (talvez o motivo de tantas pessoas não gostarem deste livro). Os capítulos se intercalam entre o presente e o passado de Jake, começando em um período mais recente e conforme o livro vai avançado somos levados mais a dentro do passado da protagonista. 

O começo do livro é um pouco confuso pois logo no segundo capítulo surgem diversos personagens que você não faz ideia de onde surgiram e onde Jake está, mas conforme avançamos fica claro que os capítulos de número par se tratam do passado, enquanto os ímpares do presente. Uma das coisas que eu senti falta foi a melhor exploração dos personagens, que são jogados na narrativa e depois somem sem nenhuma explicação. 

“Assisto ao dia chegar enquanto fumo um Holiday e os pássaros cantam, e tudo tem cheiro de novo em folha.”

Jake é uma mulher jovem, solitária e isolada, que já passou por muito durante a sua vida. Suas decisões e escolhas, por fim, a levaram a esta ilha britânica que não é nomeada, onde ela passa seus dias com o seu cachorro, Cão, e suas ovelhas. 

“É assim que a vida será, para sempre, e para sempre estarei aqui.”

Sem dar nenhum spoiler, este livro é bem pesado e apesar de ser relativamente curto, acabei demorando um pouco para ler pois precisava voltar algumas vezes para conseguir entender melhor a história. O livro toma um rumo diferente já que esperamos que o grande mistério sejam as mortes brutais das ovelhas e quem ou o que as assassinou, porém vamos descobrindo cada vez mais sobre o passado de Jake e o que a levou até a ilha.

“Há uma coluna de classificados de emprego na parte de trás, onde pessoas também se oferecem para trabalhar. Quase todos exigem alguém “Experiente”. Eu consigo segurar uma maldita ovelha, e posso tosar sua lã fora.”

Confesso que no final do livro eu tinha mais perguntas do que respostas mas isso não o tornou uma leitura ruim ou um mistério desinteressante. Só digo que as coisas não são o que aparentam ser e que o final fica aberto para interpretação.