sexta-feira, 26 de agosto de 2016

[Resenha] A Queda dos Reinos #1: A Queda dos Reinos

Título: A Queda dos Reinos

Título original: Falling Kingdoms 

Autor(a): Morgan Rhodes

Editora: Seguinte (Companhia das Letras)

Número de páginas: 400


Sinopse: Nos três reinos de Mítica, a magia estava esquecida desde tempos imemoriais. Depois de séculos de uma paz mantida a muito custo, certa agitação começa a emergir. Enquanto os governantes lutam cegamente pelo poder, seus súditos têm suas vidas brutalmente transformadas com a eclosão repentina da guerra. É assim que o destino de quatro jovens - três herdeiros e um rebelde - acabam interligados para sempre. Cleo, Jonas, Lucia e Magnus vão ter de lutar, cada um à sua maneira, em um mundo revirado pela guerra, onde imperam traições inesperadas, assassinatos brutais, alianças secretas e paixões arrebatadoras.

Defina o livro com uma frase: Uma boa dose de clichê e uma boa maneira de passar o tempo.


O livro conta a história de um continente chamado Mítica, onde a magia constumava ser muito presente, porém a cerca de 1000 anos, desapareceu completamente após a morte das duas deusas irmãs que controlavam a magia, os Elementia, Cleiona, que controlava fogo e ar, e Valoria, que controlava terra e água. Esse continente é dividido em três reinos: Limeros, o reino congelado ao norte. Governado pelo tirano Rei Sanguinário, Gaius Damora, Os habitantes de Limeros são dominados pelo medo da crueldade do rei, que está disposto a qualquer coisa para conseguir atingir seus objetivos e saciar sua sede crescente por poder absoluto. Eles são muito religiosos, adoradores da deusa Valoria e abominam os excessos do povo Auraniano. 

“Até o paraíso poderia se tornar uma prisão se alguém tivesse tempo o bastante para notar as paredes.” (página 54) 


Auranos, o reino dourado localizado ao sul, é governado pelo rei Corvin Bellos. Um reino próspero, farto, cheio de belezas naturais e abençoado com um clima que permite o plantio em seus vastos campos. Os habitantes desse reino são adoradores da deusa Cleiona. Esses excessos fazem com que os outros reinos, principalmente Valoria, os veja como um reino fútil e exagerado. 

E Paelsia, o reino localizado entre os dois maiores reinos. Pobre, com terras inférteis, o povo Paelsiano passa fome e vive na miséria, são obrigados a utilizar suas poucas terras férteis para o plantio de uvas, utilizadas na fabricação do seu famoso vinho Paelsiano, adorado pelo povo Auraniano. 

“[...] Até mesmo na pessoa mais sombria e cruel ainda há uma ponta de bondade. E dentro do virtuoso mais perfeito também existem trevas. A questão é: a pessoa cederá às trevas ou à luz? É algo que decidimos com cada escolha que fazemos, todos os dias de nossa existência. O que pode não ser maldade para você, pode ser para outro. Saber disso nos torna poderosos mesmo sem magia.” (página 214) 


Dentro desse cenário somos apresentados aos nossos quatro protagonistas: Cleiona Bellos (Cleo), princesa caçula de Auranos, uma garota mimada, acostumada a sempre ter do bom e do melhor. Ela é a personagem que eu menos gosto nesse livro, para definir ela sem me alongar muito: princesa clichê do mimimi.

“O futuro [...] agora dependia completamente da sobrevivência dela.” (página 391) 


Jonas Agallon , um garoto paelsiano rebelde tomado pela sede de vingança, ele se ergue contra a monarquia opressora, fazendo parte de um grupo revolucionário. Ele é um personagem forte, com um coração bom que só busca o que é melhor para o seu povo, apesar de tomar diversas decisões bem erradas, como um bom adolescente

Magnus Damora, o príncipe herdeiro de Limeros, frio com todos menos sua irmã Lucia, ele é forte e destemido, busca apenas o reconhecimento de seu pai, que o trata como um completo estranho. Apesar de suas escolhas bem ruins (teenagers unite!), senti pena dele, já que ele só buscava aceitação e amor. 

“O ódio é uma emoção forte. Muito mais poderosa do que a indiferença. Mas aqueles que queimam de ódio são capazes de amar na mesma intensidade. Não são?[...] Quando você odeia, ou ama, age com todo o coração, tanto que sente que poderia morrer com isso.” (página 232) 


E Lucia Damora, a irmã mais nova e princesa de Limeros, que esconde um grande segredo e faz parte de uma profecia capaz de destruir o mundo (pam pam PAAM!), mas que no final foi uma personagem bem sem sal ao decorrer de todo o livro, tendo apenas um grande momento ou outro... (nos outros livros isso muda graças à Deus). 

“Deixando de lado seus medos e incertezas, rezou à deusa pedindo força, fé e sabedoria o bastante para enfrentar a tempestade negra que temia estar se aproximando.” (página 105) 


O livro tem uma narrativa fácil e torna a leitura rápida e prazerosa, claro não é nenhum livro de filosofia para se extrair um milhão de coisas e ficar refletindo depois, porém como entretenimento funcionou muito bem. O fato dos capítulos serem relativamente curtos, narrados em 3ª pessoa e se alternarem entre os quatro protagonistas (salve as exceções), tornou a leitura ainda mais rápida. 

Apesar de no geral ter gostado, há diversos pontos que me incomodaram muito, como por exemplo a linguagem aplicada no livro. Ok... é um livro infanto-juvenil, não dava para esperar uma linguagem adulta ou de high fantasy como nos livros do Tolkien, porém a autora poderia ter se dado ao trabalho de pelo menos usar uma linguagem mais formal e menos contemporânea vamos lá Morgan Rhodes isso é ou não uma fantasia medieval? 

“Foi quando seu coração, partido em milhares de pedaços, lentamente começou a se transformar em gelo.” (página 300) 


Outro ponto que me incomodou foi, como sempre, a presença do bendito romance sem desenvolvimento com aquela maldita dose de instalove. Certo, vamos considerar algumas coisas: infanto-juvenil (não vamos esquecer esse ponto), adolescentes nobres e mimados, que nunca saíram de baixo da asa dos pais e querem se rebelar contra todo o conforto e mordomias (wow...). Agora vamos jogar mais uma dose de clichê, com aquele modelo clássico de romance entre a princesa e o guarda. Gente, sério... Não preciso comentar nada sobre o quão batido é isso, preciso? 

Como se era de esperar de um primeiro volume de uma série, não há muito desenvolvimento de personagens, porém eu já li até o terceiro volume e digo: melhora bastante, vale a pena aguentar esse começo meio “morno”. Os personagens irão crescer e pontos que me incomodavam muito neles melhoram (A Cleo continua por um bom tempo sendo insuportável, mas depois até que comecei a gostar dela). 

Agora, uma coisa que não melhora é o fato das mortes completamente desnecessárias que estão presentes apenas para chocar o leitor, não acrescentando nada ao enredo... Algumas mortes (acho que no máximo umas duas), “alteraram” o plot da história, porém o resto? Matar personagens secundários que não foram desenvolvidos não choca ninguém, pois não tivemos tempo de nos apegar a eles. 

“De qualquer forma sua luta ainda não havia terminado – nem estava perto de terminar. Havia apenas começado [...].” (página 399) 


No geral não é um livro ruim, porém não vá ler esperando uma fantasia super densa e complexa, pois você não irá encontrar isso aqui, agora se você busca um livro de fantasia relativamente leve (tirando as mortes desnecessárias e algumas cenas um pouco mais “gráficas”) este livro é para você! *música da polishop* A trama é envolvente e dá para revelar os pontos negativos que eu destaquei (também levem em consideração que eu tinha acabado de ler “Ciclo das Trevas” do Peter V. Brett <3 talvez isso tenha me deixado mais crítica do que o habitual), se você nunca leu nenhum livro de fantasia e não sabe por onde começar ou se você está passando por um período de ressaca literária recomendo este livro a você! Porém não se anime muito e leia até o terceiro livro de uma vez, pois só temos publicados aqui no Brasil até o quarto volume, e a autora vai publicar o quinto esse ano (oremos). 

2 comentários:

  1. Kkkkkk....BERRO COM O INSTALOVE. Adorei a resenha,quero muito ler,mas...acho que vai demorar um pouco...kkkk... Bjs

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    1. Kkkkkkkkkkkkkkkkkk Na falta de uma palavra para definir melhor é isso ai hahahaha Obrigada <3 Pega no kindle criatura! Beijos~

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