quarta-feira, 26 de outubro de 2016

[Resenha] Exorcismo

Título: Exorcismo

Título original: Possessed

Autor: Thomas B. Allen

Editora: DarksideBooks

Número de páginas: 254


Sinopse: A história real que inspirou o clássico O Exorcista. “Livrai-nos de todo o mal, amém.” Um fenômeno quase paranormal atingiu o mundo em 1973. Multidões sofreram de náuseas, desmaios, alucinações e calafrios, numa histeria coletiva sem precedentes. Todos aparentemente possuídos por um filme: o já clássico O Exorcista, dirigido por William Friedkin e adaptado do romance que o roteirista Willian Peter Blatty lançara dois anos antes e que completa 45 anos em 2016. Se a ficção consegue ser tão assustadora, imagine o poder contido na história real? Muitos não sabem, mas a obra-prima de W. Peter Blatty não se trata de uma invenção. Ela foi inspirada num fenômeno ainda mais sombrio, desses que a ciência não consegue explicar: um exorcismo de verdade. A história real aconteceu em 1949, Exorcismo narra em detalhes os fatos que aconteceram com Robert Mannheim, um jovem norte-americano de 14 anos que gostava de brincar com sua tábua ouija, presente que ganhou de uma tia que achava ser possível se comunicar com os mortos. Thomas B. Allen contou com uma santa contribuição para a pesquisa do seu trabalho. Ele teve acesso ao diário de um padre jesuíta que auxiliou o exorcista Bowdern. Como resultado, seu livro é considerado o mais completo relato de um exorcismo pela Igreja Católica desde a Idade Média. Os investigadores paranormais Ed e Lorraine Warren definiram a obra de Thomas B. Allen como “um documento fascinante e imparcial sobre a luta diária entre o bem e o mal”.

Defina o livro com uma frase: Então né...



Se você gosta de terror é bem provável que você tenha ouvido falar ou tenha assistido o filme “O Exorcista” de 1973. Esse filme vai contar a história de uma menina de 12 anos chamada Regan que, basicamente, ignorou todas as chamadas do senhor senso lógico de sobrevivência e brincava com adivinhem o que? Sim uma porra de tabuleiro Ouija. Olha sério, fica difícil defender alguém que “brinca” com essa desgraça em forma de madeira... 

Nota: Cena do filme "O Exorcista" (1973).

Enfim... O capeta possui Regan – que surpresa – e onde antes havia uma menina dócil, amável, calma e feliz surge uma coisa agressiva, mentirosa, com força sobre humana, resumindo: com uma personalidade completamente diferente da doce menina.

Claro que depois de um bom tempo vivenciando eventos sobrenaturais relacionados com a sua filha, a querida mãe de Regan, Chris, toma as devidas medidas e finalmente é realizado um exorcismo, por padres católicos, que expulsa o capiroto do corpo de Regan, não antes de uma morte ou outra, algumas cabeças serem viradas e um belo banho revigorante de vômito.

Esse filme foi baseado no romance escrito por William Peter Blatty em 1971, muitas pessoas devem ter se perguntado na época de onde surgiu a ideia para um filme tão deturpado. Você se sentiria melhor se soubesse que a ideia veio de um caso real?

Poucas pessoas sabem que tanto o romance quanto o adaptação cinematográfica foram baseadas em um caso real em que Regan, na verdade, é um garoto de 14 anos chamado Robert Mannhein (nome fictício).


Eu tinha expectativas altíssimas para esse livro e adivinhem só? Me decepcionei bastante (quem me conhece sabe da minha saga de leitura que durou tanto quanto o tempo que Robbie ficou “possuído”). Primeiro, eu esperava algo que fosse me dar medo, imaginem só: “O relato do caso real que inspirou o romance de William Peter Blatty”. 

“O sacerdós Christi, tu scis esse diabólum. Cur me derógas? [...]Ó padre de Cristo, você sabe que eu sou o diabo. Por que continua me incomodando?” (página 37)

Na verdade o livro se trata de uma narração jornalística contanto os fatos que acometeram a família Mannheinn em janeiro de 1949. Até certo ponto o romance e o “caso real” andam lado à lado: Robbie tinha uma tia da qual era muito próximo, e essa querida tia gostava de brincar com forças ocultas, usando um tabuleiro Ouija. Após a sua morte, Robbie fica desolado e tenta fazer contato com a tia utilizando o bendito tabuleiro Ouija, até que ele começa a ouvir estranhos barulhos e uma coisa liga a outra: Robbie está possuído.

Porém os relatos de possessão de Robbie não eram o que eu esperava, ele vivia uma vida sem “normal” durante o dia e a noite era assombrado pela entidade presente em seu corpo. O demônio fazia com que objetos voassem, aparecessem marcas estranhas no corpo de Robbie e faziam com que ele tivesse uma munição infinita de saliva e urina, da qual usava e abusava nas pessoas ao seu redor...

As ações realizadas pelo demônio não tinham credibilidade – não que eu seja uma exímia expert em demônios, porém tenho uma certa bagagem – e não levavam a lugar nenhum, quem em sã coincidência obedece um demônio que está habitando o corpo do seu único filho, quando ele diz para que você mude de cidade? Sendo que nessa cidade os pais de Robbie encontram a ajuda de padres que começam a realizar os exorcismos.


“A covardia não é apenas uma questão de medo ignóbil, ela encolhe a alma. E essa não é a conduta de um jesuíta.” (página 55)

Ao decorrer dos 14 capítulos que compõem o livro a mesma narrativa se repete todas as noites: Robbie passa um dia normal e feliz, chega a hora de dormir, tudo parece normal até que começam as manifestações, os padres intervem rezando e realizando os rituais de exorcismo até o dia raiar, ou até que Robbie durma um sono natural. No dia seguinte tudo se repete novamente.

O livro apresenta o diário de um dos padres presentes ao decorrer de todo esse processo, e que na minha opinião é muito mais informativo e direto do que todo o livro, a impressão que fica é que o autor não sabia o que escrever então resolveu transcrever o diário e utilizar do bom e velho: encher linguiça. A grande maioria dos fatos “extras” que o autor apresenta poderiam ter sido ignorados pois são desinteressantes, confusos e irrelevantes à narrativa. Se o livro tivesse sido elaborado contendo apenas o diário do padre e comentários do autor, teríamos em mãos uma obra muito mais interessante, direta e dinâmica.

“Um exorcista tem que tocar o mal, respirá-lo, se concentrar nele.” (página 83)

O que eu senti no final da leitura desse livro foi que eu poderia ter pulado 13 capítulos e simplesmente ter lido o diário do padre Bishop e depois o 14º capítulo, no qual o autor explica como o diário foi encontrado, o que me rendeu uns bons arrepios.

Em diversos capítulos existem orações, que são colocadas em latim para depois em seguida serem traduzidas e isso não acontece apenas uma vez, confesso que chegou um dado momento que o livro estava tão maçante que eu simplesmente pulava todas as orações e descrições irrelevantes.


De um modo geral acho que eu talvez não tenha sido bem o público alvo para esse livro, me entendam: não é que eu não goste de textos jornalísticos, afinal de contas eu estou acostumada a ler artigos científicos (tem como ficar mais descritivo que isso?). Porém a narrativa não me prendeu em nenhum momento, pelo contrário eu não via a hora de acabar. Essa não foi uma leitura abandonada pela simples expectativa que uma hora as coisas iriam melhorar, o que não aconteceu... 

“Pela primeira vez, o jesuíta sentiu desespero, o mais terrível dos pecados, pois ele drenava a esperança da alma.” (página 109)

Infelizmente as únicas emoções que esse livro me rendeu foram: tédio e a sensação de uma leitura obrigatória de escola.

6 comentários:

  1. Amei a resenha, não sei se trata do mesmo livro que li, mas acredito que sim, e cara ao contrário de você eu tenho muito medo desse livro, ele me rendeu pesadelos por semanas kkkkk, mas você me conhece né? Eu tenho medo de tudo.

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    1. Obrigada! Kkkkk Faz parte ter medo, sem ele não tem graça!
      Beijos~

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  2. Uma descrição, digamos perfeita, eu li o livro e fiquei tipo, Oi?
    Eu não sou muito de ler livros desse tipo, jornalísticos ou documentários, e confesso que não entendi muito bem.
    Fiquei com um medinho sim, quando foi citado como o diário foi encontrado, mas eu demorei tanto para terminar que, não rendeu a leitura.
    Ótima resenha.
    Beijos ♥

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    1. Hahahahahah
      Eu comecei a ler esperando uma coisa totalmente diferente, estava super animada mas as páginas não fluíam de jeito nenhum... Quando cheguei no diário dei aleluia, acho que o livro seria muito melhor sendo apenas o diário, não sei... ahahhahaha
      Obrigada! <3
      Beijos~

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  3. "The greatest trick the Devil ever pulled was convincing the world he didn't exist".

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