Autor: Mary E. Pearson
Editora: Darksidebooks
Número de páginas: 406
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Sinopse: Tudo parecia perfeito, um verdadeiro conto de fadas – menos para a protagonista dessa história. Morrighan é um reino imerso em tradições, histórias e deveres, e a Primeira Filha da Casa Real, uma garota de 17 anos chamada Lia, decidiu fugir de um casamento arranjado que supostamente selaria a paz entre dois reinos através de uma aliança política. O jovem príncipe escolhido se vê então obrigado a atravessar o continente para encontrá-la a qualquer custo. Mas essa se torna também a missão de um temido assassino. Quem a encontrará primeiro?
Defina o livro com uma frase: Restaurando minha fé em protagonistas femininas de fantasias atuais
“The Kiss of
Deception” contará a história da princesa Arabella Celestine Idris Jezelia (Lia
para os íntimos), uma garota de 16 anos que é a filha de uma Primeira Filha,
herdeira do trono de Morrighan, um dos três grandes do Reino dos Remanescentes.
"Durante minha vida toda sonhei com alguém me amando pelo que eu era. Por quem eu era. Não por ser a filha de um rei. Não por ser uma Primeira Filha. Apenas por mim. E, com certeza, não porque um pedaço de papel ordenava isso." (Página 160)
Mas que diabos é
“a filha da primeira filha”? Nada mais é do que alguém que manifesta um dom (e é a filha primogênita), por esse
motivo elas são uma moeda de troca a ser usadas pelos seus governantes.
"Era uma vez, minha criança, uma princesa que não era maior do que você. Ela tinha o mundo ao alcance dos dedos. Ela ordenava, e a luz obedecia. O sol, a lua e as estrelas ajoelhavam-se e erguiam-se ao seu toque. Era uma vez..." (Página 11)
Ao contrário do que você pode imaginar após ler a sinopse, Lia não é a sua personagem clichê de livros de fantasia. Ela é uma protagonista forte, com uma mentalidade totalmente à frente de seu tempo.
Ao contrário do que você pode imaginar após ler a sinopse, Lia não é a sua personagem clichê de livros de fantasia. Ela é uma protagonista forte, com uma mentalidade totalmente à frente de seu tempo.
Lia foi prometida
em casamento com o príncipe de Dalbreck, reino vizinho à Morrighan, porém, ela
se recusa a se casar com alguém que nunca viu na vida, e mais importante de tudo,
se recusa a prender-se á um casamento sem amor e perder sua liberdade. Por
isso, minutos antes da cerimônia e com o Kavah
gravado nas costas – uma pintura do brasão do reino do seu futuro marido, que
faz parte da cerimônia – ela foge com a sua melhor amiga e dama de companhia,
Pauline, de Civica (capital de Morrighan) para Terravin, uma pequena cidade
portuária pacata onde Pauline tem parentes que vão abrigá-las.
Se tudo desse
certo na vida de Lia não haveria história, então o Rei de Morrighan coloca
diversos soldados, incluindo os irmãos de Lia, à sua procura. E os outros
reinos também não ficarão de fora dessa busca. Venda, um reino de bárbaros que
só querem ver o circo pegar fogo, envia um assassino para acabar de vez com
essa possível aliança entre os reinos. Dalbreck também tem seu representante: o
próprio príncipe herdeiro e noivo que Lia abandonou. Ele está puto por ela ter
feito uma coisa que ele não teve coragem, e a vê como imatura e irresponsável
por ter “estragado” uma aliança que beneficiaria ambos os reinos, então resolve
encontrá-la para descobrir quem é essa garota atrevida.
"O diabo havia chegado. E uma estranha parte de mim estava feliz com aquilo." (Página 111)
Um diferencial
super interessante que a autora traz é: não sabemos quem é quem. Os capítulos
são alternados entre: Lia, o assassino e o príncipe. Só que ao contrário do que
você possa estar imaginando é impossível descobrir quem é o príncipe e quem é o
assassino... Por diversos momentos durante a leitura eu achava ter descoberto quem
era o assassino, só para ficar em dúvida novamente com o capítulo seguinte.
"Mas até mesmo os grandes podem tremer de medo. Até mesmo os grandes podem cair." (Página 177)
"Mas até mesmo os grandes podem tremer de medo. Até mesmo os grandes podem cair." (Página 177)
Um dos pontos
criados pela autora que mais me cativou foi a expansão do universo, ele
apresenta inúmeras camadas, e a história não fica presa somente a protagonista,
é tudo muito mais profundo. Ao decorrer dos capítulos existem pequenos trechos
retirados de textos sagrados como os “Últimos
testemunhos de Gaudrel” e “Canções
de Venda”. Esses trechos acrescentam muito
à história, então é melhor você lê-los com muita
atenção. Todos os momentos em que esses pequenos trechos apareciam eu ficava
quebrando a cabeça para tentar entender e descobrir mais sobre a formação dos
reinos e sobre a profecia (como uma
boa e velha fantasia, não podia faltar uma profecia, certo?).
Para você que leu
esse livro e também se sentiu assim, eu recomendo o conto “Morrighan”, que se passa antes da história de “The Kiss of Deception” e que explica quem foi Morrighan, o que
aconteceu com ela e como foram formados os reinos (vamos orar para que esses
contos cheguem ao Brasil).
Diversas pessoas
colocam Celaena Sardothien da série “Trono
de Vidro” em um pedestal (para conferir a resenha clicando
aqui), como se ela fosse a melhor protagonista feminina da fantasia atual,
só que eu acho que ela não chega aos pés da Lia...
O modo que a
autora cria o caráter da Lia faz com que ela se torne alguém real, que ela
convença o leitor, ao contrário da suposta
melhor assassina de um reino inteiro que
não consegue escalar uma parede e prefere se enterrar em pilhas e pilhas de
futilidades. Lia tem um objetivo na sua vida, que é trilhar o seu próprio
caminho, ser livre. Isso pode parecer clichê
mas ela amadurece tanto – e olha que
estamos falando do primeiro livro de uma trilogia – ao desenrolar da história
que deixa Celaena no chinelo. Lia é uma pessoa comum, que podemos nos
identificar (tirando o fato de ela ser da realeza e talz...), ela é forte,
determinada, questionadora – afinal porque ela
tem que se sacrificar pelo reino devido a um dom que ela não apresenta? – e
escolhe abandonar toda a mordomia e luxo para trilhar seu caminho (gente, ela
era uma princesa mimada que foi trabalhar em uma taverna, eu preciso dizer mais
alguma coisa?). A Mary E. Pearson faz uma coisa que não aparece com frequência
e que foi um sopro de ar para quem estava embaixo d’água: ela torna possível a amizade
entre mulheres! *fogos*
Esse livro me
surpreendeu muito, não esperava que ele fosse ser tão rico e que apresentasse
personagens tão marcantes. Ao contrário do que você possa imaginar com a capa,
que apresenta uma garota fazendo uma pose clássica
de livros de romance (não desmerecendo a capa, pois acho ela maravilhosa), esse
livro trata de assuntos muito mais profundos (claro que tem romance, mas na
medida certa – não se esqueçam que esse comentário veio de uma pessoa que não
gosta de romance) como: amizade, lealdade, destino, honra, empoderamento
feminino, independência e, a cima de tudo, auto descobrimento.
"Confie em seus dons, Arabella, quaisquer que sejam eles. Às vezes, um dom requer um sacrifício imenso, mas não podemos dar as costas a ele, assim como nossos corações não vão parar de bater." (Página 222)
Recomendo esse
livro para fãs de fantasia que buscam um livro original, abarrotado de cultura
(essa não é uma leitura rasa, você tem que botar sua cabecinha para funcionar),
com uma protagonista e com
personagens femininas fortes – um
livro escrito por uma mulher para mulheres – e a cima de tudo, um
livro que promete ter uma continuação ainda mais arrebatadora.
AMEI!!! #TEAMLIA RAINHA....DONA...AMO!!
ResponderExcluirRainha mesmo!! <3
ExcluirMeu Deus, que resenha fantástica!!!!! Sério, parabéns <3
ResponderExcluirEu nunca ouvi falar desse livro, mas estou MORRENDO de vontade de ler. Terminei "A seleção" e estava naquela depre sabe hahah agora acho que vou me aprofundar nessa leitura incrivel que você resenhou muito bem. Amo esses tipos de livros, com personagens originais e fortes, por que os livros de hoje em dia são a maioria clichês e com personagens que fazem você se perguntar "WFT!! Como assim?" hahaha
Quando tiver um tempinho livre passa lá no meu blog? Adoraria receber um comentário seu <3
http://www.palavrasambulantes.com/2016/11/aquela-mania-de-carregar-o-mundo-nas.html
Obrigada! <3
ExcluirSuper recomendo essa leitura! Não tem como não se apaixonar pela Lia e por todo o universo! O bom é que assim que você acabar esse livro, tem o segundo para ler! hahahah
Só que se prepare para a ressaca esperando o terceiro volume sair... hahahaah
Beijos!