Hola e sejam bem-vindos ao terceiro dia
da #SemanaGirlPower! Antes de tudo,
parabéns a todas as mulheres pelo dia de hoje! Porém, apesar de tudo o que já
conquistamos, não devemos nos conformar com a situação atual, e assim como
feito no passado, devemos lutar pelos nossos direitos. Você sabe por que se
comemora o Dia Internacional da Mulher? (está na hora de preparar o seu caderno
da moranguinho, teremos mais uma sessão de aula a lá Phoenix!)
O dia 8 de março se tornou especial
após uma série de lutas e reivindicações das mulheres, principalmente nos
Estados Unidos e Europa, que visavam a melhorias nas condições de vida e
trabalho, assim como o seu direito de voto. Vale ressaltar que essa data se
tornou especial devido á uma série de eventos infelizes, tais como: o dia 08 de
março de 1857, quando trabalhadores de uma indústria têxtil de Nova York
fizeram greve por melhores condições de trabalho e igualdade de direitos
trabalhistas para as mulheres – esse movimento foi reprimido com violência pela
polícia. Em 08 de março de 1908, trabalhadoras de Nova York se manifestaram
para lembrar o movimento de 1857 e para exigir o direito de voto feminino e o
fim do trabalho infantil – este movimento também foi reprimido com violência
pela polícia...
Mudando um pouco o foco, em 1910,
durante uma conferência feminista na Dinamarca, foi aprovada (por mais de 100
representantes de 17 países) a resolução para a criação de uma data anual para
a celebração dos direitos das mulheres e como forma de obter o apoio
internacional para a luta a favor do direito de voto feminino. A data escolhida
foi justamente o dia 08 de março, para homenagear os movimentos anteriores.
Porém, o evento mais comumente associado
ao Dia Internacional da Mulher é o incêndio de uma fábrica de tecidos de Nova
York, que ocorreu em 25 de março de 1911, e matou 145 trabalhadores, dentre os
quais 130 eram mulheres. Há quem diga que o incêndio foi acidental, causado
pelas péssimas condições de segurança do local, e há quem diga que foi
proposital... Independentemente da origem, esse incêndio serviu de marco para
as lutas feministas ao decorrer do século XX.
Quando o dia 08 de março foi estipulado,
o objetivo não era apenas a comemoração. Tanto que em diversos países são
realizados debates e reuniões com o objetivo de discutir o papel da mulher na
sociedade atual. Tendo como meta final a extinção do preconceito e da desvalorização
das mulheres.
Neste post resolvi mudar um pouco o
foco e falar sobre 5 séries com personagens femininas fortes. Mas o que é uma
personagem feminina forte? Talvez você queira dar uma olhadinha no post do dia
06/03: O
que eu espero em uma protagonista feminina?
Foi um pouco difícil pensar nessa
lista, já que eu pretendia falar sobre apenas uma personagem por série e claro, não consegui falar sobre apenas
uma... Culpem essas séries por criarem
diversas personagens fodas.
Sabemos como é difícil encontrar
personagens femininas que tenham voz ativa e que sejam relevantes. Seja por elas
sempre serem retratadas como o estereótipo da donzela em perigo, ou
simplesmente por elas serem utilizadas apenas para servir de par romântico para
o protagonista machão, não existem quase personagens que realmente nos
inspirem. Porém, pouco a pouco, essa infeliz realidade vem mudando – oremos
–por isso, trago uma singela lista de cinco séries que apresentam mulheres
dignas de serem admiradas – novamente, é claro que isso é a minha opinião. Também vale ressaltar
que existem outras diversas séries que poderiam ter entrado para essa lista,
como “Game of Thrones”, “Jessica Jones”, “Orphan Black”, “Buffy the Vampire
Slayer”, etc... Um dos critérios que eu utilizei para criar essa lista, e
talvez o mais importante, foi a quantidade de episódios assistidos (ou bagagem,
para os íntimos) e a data em que foram assistidos (apesar de eu ter muitas
lembranças positivas de “Buffy”, eu assisti a tanto tempo que não lembro mais
de nada...).
A primeira série é “The Walking Dead”, que mistura o melhor – ou dependendo do ponto
de vista, o pior – de zumbis, sobrevivência, violência, drama, emoções a flor
da pele e personagens que você vai se apegar, só para eles morrerem no episódio
seguinte (R.I.P Tabitha), afinal
estamos na sétima temporada roendo
loucamente as unhas enquanto seguramos os lencinhos...
"Beeeeeh!"
Quando se fala de “The Walking Dead” e personagens femininas, fica difícil não
mencionar a Michonne. Assim que o apocalipse zumbi “estourou”, ela se fechou e
se tornou uma pessoa fria, prática e violenta (não era para menos, com esse
passado desgraçado), porém após encontrar o grupo de Rick, ela foi trazendo de
volta o seu lado humano, e novamente tem algo a proteger: as pessoas que se
tornaram sua nova família.
E como não mencionar o fato de ela
arrancar cabeças usando uma katana? Como não admirar alguém que apresenta o
foco e a determinação necessários para manter a cabeça fria enquanto decepa
mortos-vivos? (Se fosse comigo eu cortaria até a grama com essa espada, me
julguem).
“A raiva torna
você idiota, ser idiota te mata.”
Outra personagem é alguém que está
conosco desde a primeira temporada (e já passou por alguns momentos em que nos
questionamos se ela continuaria): Carol Peletier. Nos primeiros episódios ela
era uma dona de casa submissa e introvertida que sofria abusos constantes do
marido. Assim que ela se junta ao grupo, ela começa a demonstrar que por baixo
da fachada frágil, há uma mulher extremamente forte. De lá para cá ela se tornou
alguém que se defende sozinha e não aceita não como resposta. O crescimento
dela se não for o maior, é um dos maiores da série.
“Você mata ou
morre ou você morre e mata.”
Ela deixou de ser apenas a mãe da
Sophia (vulgo pentelha do caralho), para ser uma mulher que sabe o que quer e
que defende seus ideias, mesmo que isso signifique entrar em conflito direto com
outras pessoas.
E como se esquecer de Maggie Green/Rhee?
Talvez ela tenha o começo mais “fácil”, se comparado com as outras personagens
mencionadas. Ela vivia em uma fazenda com seu pai e irmãos, que acreditavam que
os zumbis eram apenas pessoas doentes, por isso não deviam ser mortas já que
sempre existe a possibilidade de uma cura. Após a chegada do grupo de Rick, ela
passa por algumas situações que abrem seus olhos, mostrando que seu pai estava
errado, e percebe que para que eles sobrevivam, será necessário lutar com todas
as forças.
“Eu não quero
sentir medo de estar viva.”
Ela é uma mulher corajosa, inteligente e carinhosa, que passa por uma bela dose de desgraça nas próximas temporadas, e principalmente nessa última, nunca sem perder a sua essência. Sendo fã dos quadrinhos, só digo uma coisa: se ela já era foda, esperem para o que esta por vir...
A próxima série é “How to Get Away With Murder”, uma série sobre um grupo de
estudantes de direito que quer botar a prova todo seu conhecimento, arregaçando
as mangas e cometendo um crime eles mesmos (yay!). Claro que todos já teriam
sido presos se não fosse a sua professora, e mentora, Annalise Fucking Keating.
“Rezar é para os
fracos. Eu prefiro chutar a sua bunda no tribunal.”
É impossível não achar Annalise
Keating, advogada e professora de defesa criminal na faculdade de direito, uma
personagem forte. Ela é uma mulher confiante e auto-suficiente, que
aparentemente leva uma vida perfeita, já que ela é respeitada, admirada e, em
certa escala, temida no trabalho. Porém ao desenrolar da desgraça, ela começa a
demonstrar duas faces: a de mulher forte e inabalável perante a sociedade e uma
frágil e destruída – e amante de uma boa vodka – apenas para pessoas muito
próximas. Novamente, tornando-a mais real, afinal de contas um ser humano sente
e sofre. Nada de ser inabalável 100% do tempo, todos temos nossos momentos de
fundo do poço.
A próxima série é “The 100”, que se passa em um mundo em que a Terra foi destruída
por um apocalipse nuclear e apenas 400 pessoas conseguiram escapar da
aniquilação, se refugiando no espaço em um conjunto de 12 naves internacionais,
denominado a Arca. Porém, quase 100 anos depois diversos recursos essenciais da
humanidade – que cresceu para um número de aproximadamente 4.000 pessoas – está
acabando, por isso pessoas que comentem crimes, por menores que sejam, são
mortos por ejeção ao vácuo (processo que é carinhosamente denominado de
“flutuar” – Todos nós flutuamos aqui embaixo – entendedores de referencias
entenderão). E no caso de pessoas com menos de 18 anos, são presas. Até o dia
em que alguém tem a brilhante idéia de mandar para a Terra esses 100
prisioneiros juvenis, para verificar se ela é habitável – e para dar aquela
liberada de espaço. Chegando à Terra os 100 descobrem que ela é habitável
(*festa), porém eles não estão sozinhos, e essas “pessoas” não são amigáveis
(*fodeu).
Vamos falar sobre algumas pessoas
importantes aqui: Clarke Griffin e Octavia Blake: Clarke é filha da médica da
Arca, então ela tem um bom conhecimento medicinal, diga-se de passagem alguém
que não deve ser descartada. Algumas
merdas acontecem e ela é condenada – boa Comandante Jaha! Continue assim! Após
chegar à Terra ela demonstra uma liderança nata e se torna a responsável por
fazer as escolhas mais difíceis, mas que garantirão a sobrevivência de seu
povo. Ela é corajosa, forte, tem a sua dose de demônios no armário e cicatrizes,
é calculista, destemida e tem um bom coração. Ela é uma pessoa que não tem medo
de fazer justiça pelas próprias mãos e não se conforma com a situação, por pior
que ela seja.
“Nós vamos
descobrir algo. Nós sempre descobrimos.”
Já Octavia, é o fruto de uma gravidez
proibida. Sua mãe engravidou novamente, apesar de ser proibido, e teve que
manter Octavia escondida durante 16 anos. Até o dia que a merda foi jogada no
ventilador e ela é descoberta, condenada, e sua mãe é morta.
Chegando à Terra ela fica fascinada com
tudo, já que sempre viveu em cativeiro. Muitos spoilers acontecem, e ela passa a ser uma das personagens mais
fortes, tanto física, quanto psicologicamente, afinal de contas ela é uma das
únicas a se preocupar com os “terrestres” e o “povo do céu”. Assim como Clarke,
ela não tem medo de fazer o que for necessário para garantir a sobrevivência
daqueles que ela ama, nem que não seja a coisa certa a ser feita...
“Um guerreiro não chora pelos mortos até que a guerra tenha acabado.”
A próxima série é “3%”, com produção brasileira, é uma das novas apostas do Netflix.
Nela, existe um mundo pós-apocalíptico devastado em que a maior parte da
população vive no “Continente”, vulgo o lugar da miséria e da desgraça. Porém,
aos 20 anos de idade, todo cidadão tem o direito de participar do “Processo”,
uma série de testes que envolvem provas físicas e psicológicas, que oferecerão
a única chance de abandonar o Continente e passar para o “Maralto”, onde tudo é
abundante e todos são oferecidos uma vida digna. Porém, como nada na vida vem
fácil, apenas 3% (Uhul, falaram o nome
da série!) dos candidatos são aprovados no Processo, então dá para imaginar
a pressão...
“Sabia que ia dar
merda.”
Uma das personagens mais fortes dessa
série é a Joana. Além de ser um gênio de personalidade forte, e que
inicialmente pode soar como arrogante, ela demonstra ao decorrer dos capítulos
que tudo tem um motivo e que ela é tão frágil quanto os outros participantes, a
única diferença é que o que a espera se ela não for aceita, não é uma família
de braços abertos, e sim algo muito mais tenebroso...
A próxima e última série é a nossa queridinha “Sense8”. Como não amar uma série com tanta diversidade e que é tão difícil de explicar? Uma conexão mental e emocional entre oito pessoas de todo o mundo, que torna possível que eles sintam e se comuniquem entre eles, assim como também torna possível o compartilhamento de seus conhecimentos, língua e habilidades.
A próxima e última série é a nossa queridinha “Sense8”. Como não amar uma série com tanta diversidade e que é tão difícil de explicar? Uma conexão mental e emocional entre oito pessoas de todo o mundo, que torna possível que eles sintam e se comuniquem entre eles, assim como também torna possível o compartilhamento de seus conhecimentos, língua e habilidades.
Duas das personagens mais fortes (Ei, Riley,
vai tomar no cú!), são Nomi Marks e Sun Bak. Nomi é uma blogueira política, hacker
e transexual que foi rejeitada pela família – que por sinal, a persegue para
que ela seja praticamente lobotomizada e volte ao “normal”. Apesar das
adversidades, que poderiam a ter tornado uma pessoa insensível e fechada, Nomi
é uma pessoa de coração puro, que luta pelos seus ideais e que tenta ajudar
todos, colocando-os em primeiro lugar.
“A verdadeira
violência, a violência que eu percebi que era imperdoável, é a violência que
fazemos a nós mesmos, quando estamos com muito medo de sermos quem realmente
somos.”
Já Sun, é filha de um empresário
magnata que se envolveu em um escândalo (porque é um porra teimoso e não a
escutou, diga-se de passagem) que destruiria todo o seu legado, se não fosse sua
filha primogênita a se entregar as autoridades e assumir a culpa de algo que
ela não fez.
Sun é altamente dedicada à sua família,
e sempre tentou agradar seu pai, que nunca a valorizou. Como se a vida familiar
merda não fosse o suficiente, ainda temos o agravante do trabalho, já que ela
sofre preconceito por ser mulher – claro, porque mulheres não podem ocupar um
cargo alto e tem que se contentar em levar o cafezinho para o irmão caçula
imprestável. Para não matar ninguém, ela se dedicou a luta e é uma estrela do
submundo do kickboxing – com amor por cachorros.
“Eu pego tudo o
que eu estou sentido, tudo que é importante para mim... Eu forço tudo nos meus
punhos, e eu luto por isso”
Ao decorrer da série, ela se encontra presa
esperando seu julgamento. Porém após ouvir os relatos de diversas mulheres que
sofriam abusos e cometeram crimes para se libertar, ela decide que não quer
mais levar toda a culpa e destruir sua vida no processo, por uma família,
principalmente um irmão, que sempre a tratou como merda.
***
Mas aonde eu queria chegar com esse
post? Apenas criar uma lista de séries a serem assistidas por tratarem mulheres
como seres humanos e não objetos? Não. Eu queria (e quero) que mais pessoas criem
personagens que são um exemplo, que não estão lá apenas como parte da decoração
– convenhamos que o número de personagens femininas que são ultra sexualizadas
ainda é grande – e que cada vez mais fossem retratados exemplos de sororidade.
Chega dessa história ridícula de que mulheres “só querem ferrar umas as outras, afinal são interesseiras”. Por que porra de motivo você é obrigada a acreditar nessa merda? Não sabia que existia um grupo de neurônios femininos que impedisse o desenvolvimento de sentimentos “construtivos”, perante as suas iguais. Por que temos que nos virar umas contra as outras e “brigar pelo machão” ou “pela última vaga de emprego” (afinal essa empresa de merda tem cotas para as minorias, incluindo mulheres, não é?). As mulheres devem se unir contra quem realmente está as oprimindo: o patriarcado, um sistema de merda que nunca deveria ter sido empregado, e talvez só tenha sido pelo conformismo feminino. Como eu já disse no post anterior: quem, em parte, se colocou nessa situação desigual, foram às próprias mulheres. Seja por não se levantarem e lutarem pelos seus ideais, seja pela opressão, ou seja pela falta de respeito, tanto de homens perante mulheres, quanto de mulheres perante outras mulheres. Precisamos acordar para a realidade e parar de perder tempo com coisas inúteis, e é claro que isso se aplica a todas as obras ao nosso redor. Pensem por esse lado: quantos livros/séries/filmes você já leu/assistiu que retratavam rivalidade entre mulheres? Se existissem mais obras que estimulassem a famosa sororidade, quem sabe não estaríamos em outro degrau da escada do mundo ideal...
Chega dessa história ridícula de que mulheres “só querem ferrar umas as outras, afinal são interesseiras”. Por que porra de motivo você é obrigada a acreditar nessa merda? Não sabia que existia um grupo de neurônios femininos que impedisse o desenvolvimento de sentimentos “construtivos”, perante as suas iguais. Por que temos que nos virar umas contra as outras e “brigar pelo machão” ou “pela última vaga de emprego” (afinal essa empresa de merda tem cotas para as minorias, incluindo mulheres, não é?). As mulheres devem se unir contra quem realmente está as oprimindo: o patriarcado, um sistema de merda que nunca deveria ter sido empregado, e talvez só tenha sido pelo conformismo feminino. Como eu já disse no post anterior: quem, em parte, se colocou nessa situação desigual, foram às próprias mulheres. Seja por não se levantarem e lutarem pelos seus ideais, seja pela opressão, ou seja pela falta de respeito, tanto de homens perante mulheres, quanto de mulheres perante outras mulheres. Precisamos acordar para a realidade e parar de perder tempo com coisas inúteis, e é claro que isso se aplica a todas as obras ao nosso redor. Pensem por esse lado: quantos livros/séries/filmes você já leu/assistiu que retratavam rivalidade entre mulheres? Se existissem mais obras que estimulassem a famosa sororidade, quem sabe não estaríamos em outro degrau da escada do mundo ideal...
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Este post faz parte da #SemanaGirlPower realizada em parceria com blogs amigos com o intuito de apresentar trabalhos feitos por mulheres incríveis e dar visibilidade aos talentos femininos em mídias variadas em homenagem ao Dia da Mulher (8 de março).
Para conferir o que os outros participantes do projeto estão fazendo, visite os links: Skull Geek - Pipoca Musical - Embarcando na Leitura - Night Phoenix Books
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