sábado, 30 de junho de 2018

[Especial] Cinco Motivos para Ler Leviatã Desperta

"[...] Talvez o universo o colocara no lugar certo, na hora certa, para fazer a coisa que ninguém mais faria. Talvez toda a dor e todo o sofrimento pelos quais ele passara, todos os desapontamentos e anos de alma esmagada chafurdando no pior que a humanidade tinha a oferecer, significaram trazê-lo até ali, até aquele momento, quando estava pronto para morrer se isso garantisse um pouco mais de tempo para a humanidade." (Página 593)


“Leviatã Desperta” (2012) é uma space opera criada por James S. A. Corey, pseudônimo dos autores Daniel Abraham e Ty Franck. É o primeiro volume da saga “The Expanse”, que já conta com sete livros publicados e mais dois previstos para serem lançados no final de 2018 e 2019 - Aleph pelo amor da minha sanidade, publiquem logo esses livros! <3

Estava enrolando horrores para ler este livro, mas em maio criei vergonha na cara. Como estamos falando de uma chaproca de mais de 600 páginas, resolvi jogar no modo amador e separar as páginas que deveriam ser lidas por semana - já adianto que eu flopei lindamente na minha programação e li o livro todo em menos de uma semana. Sintam o poder desse livro terráqueos.

"A catástrofe estava a caminho, e nenhum lado parecia entender quão vulneráveis eles eram. E não havia nada, nem uma maldita coisinha, que ele pudesse fazer para impedir. Não podia nem retardar." (Página 157)

Resolvi criar uma lista com cinco motivos para ler “Leviatã Desperta” para animar as pessoas que, assim como eu, tinham medo de ler esse livro por causa do seu tamanho. FORÇA MEU POVO! <3


1. Construção de cenário

A primeira coisa que vem na minha cabeça quando penso em “Leviatã Desperta” é a forma absurdamente sensacional que o cenário foi construído pelos autores. Estamos no século XXIII, 200 anos após a expansão para o espaço. Os humanos colonizaram Marte e estão espalhados por inúmeras estações espaciais que circundam os “planetas interiores”, mas isso não apagou os problemas típicos que enfrentamos nos dias atuais. A incessante busca por poder e recursos ameaça a sobrevivência da raça humana, já que uma guerra entre Marte e a Terra está a um passo de explodir.

É impossível não mergulhar nessa história. O melhor de tudo é que além das questões políticas que permeiam toda a obra, temos o enredo principal, que é a busca de uma garota que desapareceu - e que na verdade serve de plano para uma trama ainda maior (segurem esse tiro).


2. Personagens

Todos os personagens irão te marcar de alguma forma. Todos são cheios de medos, inseguranças e falhas, o que os torna mais reais. Não canso de dizer o quão importante isso é para que se crie uma narrativa crível. Claro, temos alguns momentos em que nossos querido fenômeno Deus ex machina nos agracia com a sua presença, fazendo com que os personagens saiam ilesos (menos emocionalmente, talvez) das situações mais absurdas.

"É tudo muito divertido até que alguém atire de volta." (Página 145)

Um aspecto que acrescenta muito ao enredo é a conexão que os personagens estabelecem entre si. A tripulação do Canterbury cria um laço muito forte (que eu achei mais presente no livro do que na série) e isso é justamente o que buscamos: personagens que se conectem. Apesar das situações extremas, eles encontram conforto em completos estranhos, que passam a fazer parte de suas famílias.


3. Dilemas éticos 

O que é certo e errado? Apesar da evolução tecnológica e da conquista espacial, a raça humana ainda continua brigando pelos mesmos motivos de sempre: poder e recursos. Os humanos continuam pensando no seu próprio benefício, passando por cima de quem quer que seja e jogando milhares de vidas fora, se isso significa atingir seu tão almejado objetivo. Por outro lado, temos demonstrações de humanidade que são de arrepiar, o que significa que ainda existem pessoas boas batalhando pelo bem maior. 

"[...] Temo que, enquanto formos humanos, a guerra estará conosco." (Página 269)


4. Capítulos curtos 

Um dos artifícios utilizados pelos autores, para que o livro não fosse maçante - além claro, da narrativa extremamente bem construída e envolvente - é o tamanho dos capítulos. Temos capítulos extremamente rápidos, que não levam mais de cinco minutos para serem lidos. Acrescente isso ao fato de a narrativa se alternar entre dois personagens com personalidades opostas, e você tem um livro que é impossível de largar. O típico exemplo da mentira: “só mais um capítulo e eu paro”. 

5. Expansão 

Você leu “Leviatã Desperta” e está sofrendo? Não se preocupe! Você pode assistir a adaptação “The Expanse”, uma série criada por Mark Fergus e Hawk Ostby, baseada na obra de James A. S. Corey, que é extremamente fiel ao enredo do livro - com algumas pequenas alterações, claro. A primeira temporada consiste de 10 episódios com aproximadamente 40 minutos. Se você leu o livro pode até se aventurar até metade da segunda temporada. Quando os eventos do livro se encerram e começam os eventos do segundo livro “Caliban’s War”.


Os atores são tudo o que você imagina que os personagens do livro seriam. Claro, em alguns momentos os biquinhos e os olhos cerrados do ator que interpretou Holden me irritaram um pouco, assim como as desavenças da tripulação do Cantebury, que eu esperava que fosse mais unida assim como no livro. 

Finalizo deixando a minha indicação mais do que obrigatória para esse livrão! Se você quer se aventurar no espaço, “Leviatã Desperta” é uma viagem só de ida para o planeta ressacus literarius. Viaje atento marinheiro.


Autor: James S. A. Corey
Editora: Aleph
Número de páginas: 672
Classificação: ★★★★★♥/✰✰✰✰✰

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