quarta-feira, 19 de setembro de 2018

[Resenha] A Mulher na Janela


Finalmente li o aclamado fenômeno “A Mulher na Janela”. Com tanta gente falando bem e entregando o título de ‘melhor livro do ano’, foi praticamente impossível segurar a ansiedade. Vendido como um thriller com um final arrebatador, “A Mulher da Janela” me fez criar uma expectativa que infelizmente não foi alcançada...

çBasicamente, o enredo é sobre Anna Fox, uma psicóloga que sofreu um grande trauma e desenvolveu agorafobia (um primo da síndrome do pânico) e está trancada em casa a quase 1 ano. Seus dias são regados de remédios, vinho, xadrez, filmes antigos de suspense e um chat - em que ela finge ter controle e volta a “exercer” sua profissão de psicóloga, ajudando outros atingidos pelo mesmo transtorno. Ah, esqueci o seu hobby favorito: espionar os vizinhos.

A narrativa começa envolvente, porém extremamente lenta. Ao mesmo tempo que os dias de Anna se repetem em um ciclo sem fim, somos fisgados pela curiosidade em saber o que aconteceu com ela para que ela ficasse tão traumatizada. Assim como queremos saber onde se encaixa a frase: “não é paranóia se está realmente acontecendo”.

A vida de Anna é um marasmo completo, até o dia em que uma nova família se muda para o outro lado da rua e passa a ser a nova “obsessão” de Anna. Um dia que começa como qualquer outro, muda completamente após Anna presenciar algo que não deveria, mas nada está a seu favor. Não existem provas concretas e ninguém acredita em seu relato, devido ao seu histórico de uso excessivo de remédios e bebida. Não vou entrar em maiores detalhes, até porque nada realmente acontece até cerca de 60% do livro.


Demorei muito mais do que eu gostaria para ler este livro e realmente esperava bem mais. Normalmente quando algo é muito hypado devemos desconfiar. Não pela qualidade da obra em si, mas pela expectativa que criamos antes de começar a leitura. Na minha honesta opinião, achei “A Mulher na Janela” superestimado.

Aqui temos um grande clichê: o vizinho/inquilino gostosão. Achei toda essa narrativa envolvendo-o deprimente. Como se o livro precisasse dessa tensão sexual que veio de lugar nenhum, como se a protagonista não fosse complexa o suficiente lidando com seus próprios dramas. Porém, da mesma forma que surgiu do nada, desapareceu sem deixar rastros...

Outra coisa que me incomodou bastante foi a grande revelação do final do livro… temos mais um livro que entra para a lista de “finais deus ex-machina”, ou seja, a resolução do problema cai do céu, sem que o autor tenha te dado alguma dica ou tivesse baseado essa “grande revelação” em alguma coisa.

Não sou a maior leitora de thrillers que existe, mas já caminhei por alguns títulos e posso indicar vários que não fizeram tanto “barulho” quanto “A Mulher na Janela”, mas que o superaram muito.

“Bom dia, Verônica” - Andrea Killmore
“Suicidas” - Raphael Montes
"Jantar Secreto" - Raphael Montes
"Salem" - Stephen King
“HEX” - Thomas Olde Heuvelt
“A Estrada da Noite” - Joe Hill

Bom… me decepcionei mas confesso que estava interessada (até certo ponto) em descobrir o que tinha acontecido. Infelizmente, terminar este livro me trouxe uma sensação de alívio, por ele finalmente ter terminado e não porque eu amei a história…


Claro, não é porque eu não gostei que eu deixo de recomendar este livro. Só comece a leitura sabendo da sua lentidão e de alguns pontos que já foram abordados inúmeras vezes em outras obras do gênero.

Autor: A. J. Finn
Editora: Arqueiro
Número de páginas: 352
Classificação: ★★★/✰✰✰✰✰

*Livro cedido em parceria pela editora*

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