terça-feira, 16 de julho de 2019

[Resenha] Candyman


Depois de arrasar ao nos enviar ao inferno em “Hellraiser” e do fracasso imensurável que foi nosso tour no submundo em “Evangelho de Sangue”, chegou a hora de tirarmos a média e voltarmos para um mundo criado pelas palavras perturbadoras de Clive Barker em “Candyman”.

Não é segredo para ninguém que o autor gosta mesmo é de pesar a mão nos detalhes gore ao ponto que sangue escorre de cada página. Então como seria visitar um clássico do cinema com “Candyman”


Como eu vivia embaixo de uma pedra e nunca vi o filme de 1992 estrelado por Tony Todd e dirigido por Bernard Rose, não sabia o que esperar de “Candyman”, a única coisa que eu conhecia dessa história é que essa entidade misteriosa e doce era invocada em um ritual digno da loira do banheiro.

"Candyman" foi uma leitura completamente fora do esperado. O hype envolvendo essa história, que foi anunciada a tanto tempo (meados de 2017 se eu não me engano), chegou às alturas. O que normalmente prejudica minha experiência de leitura, já que criar expectativas normalmente significa tomar no furebis

Porém, a narrativa de Barker, apesar de experiências negativas no passado, é extremamente envolvente e cheia de mistério. Ao mesmo tempo que você não consegue largar o livro, curioso sobre o que acontecerá a desafortunada e curiosa Helen Buchanan, você sente um arrepio grelado descendo pelas suas costas, já que você conhece Barker e sabe que nada termina bem em suas histórias. 


O livro é extremamente rápido, digno de se ler em apenas uma sentada para que você não perca nenhum detalhe. Ficou claro para mim que, apesar de não ter sido 100% um sucesso, Barker escreve contos com maestria 

Toda a narrativa é construída em meio a dúvida: seria o famigerado Candyman uma entidade real ou fruto de uma lenda urbana? 

Temos um clash entre ceticismo e sobrenatural, em que a curiosidade de uma mulher a faz descobrir que pesadelos podem ser mais reais do que imaginamos.


O único ponto que não me agradou neste livro foi sua conclusão. Ao meu ver, todo o embate entre os personagens ocorre em um piscar de olhos, tornando a narrativa frenética demais e um tanto quanto confusa. Ao mesmo tempo que é interessante a forma com que o ritmo da história começa lento e acelera no final, talvez tenha faltado um pouco sutileza nessa transição, para que ela não parecesse tão grande.

Outro ponto interessante a ser analisado é a diferença entre o conto e o filme. Enquanto o livro é tecido em meio ao mistério, o filme explora melhor a lenda urbana e tem um final mais “completo”, dando continuidade a lenda de Candyman. Não vou entrar no mérito dos outros filmes já que eles destoam do conto original. Porém, sempre vale a pena assistir uma série sangrenta dos anos 90.

O desfecho frenético do livro não estraga a experiência de leitura, porém me broxou um pouco já que eu tinha altas expectativas. Deixo a recomendação para leitores que sintam fascínio pelo sobrenatural e desconhecido, mas que também não tenham medo de mergulhar em pesadelos dos quais nunca acordarão.

Autor: Clive Barker
Editora: Darkside Books
Número de páginas: 112
Classificação: ★★★/✰✰✰✰✰ 

*Livro cedido gentilmente pela editora*

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